Rumo ao sumo
Disfarça, tem gente olhando.
Uns, olham pro alto,
cometas, luas, galáxias.
Outros, olham de banda,
lunetas, luares, sintaxes.
De frente ou de lado,
sempre tem gente olhando,
olhando ou sendo olhado.
Outros olham para baixo,
procurando algum vestígio
do tempo que a gente acha
em busca do espaço perdido.
Raros olham para dentro,
já que dentro não tem nada.
Apenas um peso imenso,
a alma, esse conto de fada.
Paulo Leminski (1944-1989)
2 comentários:
para ti um beijo de saudade
e um aviso: cuidado isso de poesia vicia... e é ótimo
outra caisa: suas inspirações de leminski lhe cabem muito bem
beijos
espero nos vermos para bebermos e conversarmos coisas que não se conversam.
adoro suas lirisses
leminski sempre diz algo que cabe, algo que sempre cabe em algum lugar. beijos.
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