quinta-feira, 10 de abril de 2008

Polaco no Tapajós

Cassimiro Dombrowsky, filho de polaco, nasceu numa pequena propriedade rural do interior de Santa Catarina e, como muitos, acreditando na proparganda do governo, foi tentar a sorte nos projetos de colonização na Amazônia. Chegou a ter um modulo na Transamazônica, mas as precárias condições obrigaram-no, juntamente com a família, a procurar por novos lugares. Chegou ao Tapajós no início da década de 1980, indo morar na comunidade Nuquini situada a margem esquerda do rio. Como o lote que ocupava ficava distante do rio resolveu transferir-se para outra. Mudou-se então para a margem direita onde fixou residência em Acaratinga, à época denominada Caxiricatuba. Polaco, como é conhecido entre os ribeirinhos tapajônicos, tornou-se uma liderança política no enfrentamento com o Ibdf no período que o órgão federal pretendia retirar os moradores tradicionais da Floresta Nacional do Tapajós. A partir da avaliação do fracasso dos projetos de colonização por onde passou resolveu optar por viver de acordo com o estilo de vida dos ribeirinhos. Engerou-se em caboclo sem perder a polonidade que cultiva falando em polonês com os filhos. Muito brincalhão e um grande contador de "mentiras" sempre me cumprimentava em polonês quando nos encontravamos. Seus filhos casaram-se com mulheres caboclas. Carlos Dombrowsky, filho mais velho, foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém e posteriormente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Belterra. Na foto vemos Polaco, sua esposa, o filho mais novo, noras e netos.

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Foto: Renata Enz Rino

QUEM SOU EU

Londrina, Paraná, Brazil
Antropólogo e professor do departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina. Agrada-me pintar, fotografar, ler e escrever.

ARTE

"O mesmo objeto pode expressar significados diferentes para diferentes sujeitos, ou para um mesmo sujeito em diferentes momentos... É a relação com a fantasia do sujeito que o objeto relacional se define... " Lygia Clark

"É o espectador que realiza a obra". Marcel Duchamp

"Ver um mundo num grão de areia". William Blake

"Fui à floresta porque queria viver profundamente... e sugar a essência da vida". Thoureau

Museu do Olho. Curitiba, 23 de fevereiro de 2008.

HAI KAI

Hai Kai - "É um poema sintético com a menor forma de traduzir em palavras o sentimento que vai na alma ... é o leitor que faz da imperfeição ... uma perfeição de arte ... é uma obra aberta". Yone Noguchi - The spirit of japonese poetry.